06 dezembro 2009

conflitos

(imagem: boring 3d)


Ando com o Natal à voltas.

Chega de andar num stress uns dias antes do Natal a comprar inutilidades! Q perda de tempo, de dinheiro, de esforço! Q consumo de recursos desnecessário! Já mais q uma vez sugeri cingir a oferta das prendas apenas às crianças e aos velhotes. A minha família concorda, a da minha outra metade nem por isso.

Não é nada fácil comprar prendas para quem já tem tudo. (Q ironia, a da fartura... Q amargo de boca me fica nesta frase. Quão longe isto tudo está do q é o Natal.)

No fundo, tudo se resume a uma tomada de posição. Primeiro, aviso q as minhas intenções este ano são para concretizar e q a minha prenda vai ser oferecer donativos, em nome da família, a quem não vive na abundância. Depois, ou escolho a minha melhor cara de melão qdo receber prendas e não retribuir, ou monto o circo do costume e faço a palhaçada de todos os anos, com prendas e hipocrisia à mistura.

Tb há sempre a hipótese de me coverter a uma religião não-cristã, mas ultimamente ando a ver se me aceito como sou.

05 dezembro 2009

epifanias

(ilustração: alex pelayo)

Há uns tempos, numa conversa como as cerejas, falavam-me de dogmas.

Contaram-me q um certo guru do budismo, vegetariano desde há 500 reencarnações, aceita ir comer pastéis de bacalhau qdo visita o nosso país e q não se faz rogado qdo o convidam para o rodízio à brasileira.

A personagem em causa, tão segura q é da sua essência enquanto indivíduo, não precisa de se agarrar inflexivelmente aos seus dogmas para manter a sua identidade. Conhece-a bem. Sabe quem é, o q vale, sente-se em paz com aquilo em q acredita. Não é por comer aquele bolo de bacalhau ou aquela picanha q deixa de ser vegetariano ou de se manter fiel aos seus princípios. Tal como um omnívoro q come comida vegetariana 1 vez (ou 2 ou 3 ou 100), não passa a ser vegetariano por isso, tb. ele não deixou de professar a não-agressão para com todos os seres vivos... Pq tb. teria sido uma agressão recusar aqueles convites.

Percebi pq me agarro com unhas e dentes aos meus dogmas e pq tenho tantos. Qdo um dia souber exactamente quem sou, na minha essência, sem precisar de me definir recorrendo às minhas crenças, ao meu passado e às minhas experiências, ao meu presente e aos meus hábitos, aos meus sonhos, ao q gosto e ao q detesto, talvez deixe de precisar deles.

Tantas vezes q desdenhei as "árvores de natal" q se passeiam nos shoppings todo o ano, atulhadas dos pés à cabeça com as últimas tendências e de sacos de compras no braço com as próximas, na tentativa de colarem por fora um rótulo com a identidade q não encontram por dentro e percebi q estou no mesmo estadio, mas sem recorrer às horrorosas leggings de napa brilhante...

16 novembro 2009

liberdade ma non troppo



Não percebo nada de futebol. Nem sabia q os futebolistas escreviam livros. Há um q escreveu q não gosta de homossexuais. Eu não imaginava q era possível ser-se despedido por se escrever uma opinião num livro. O futebolista em causa tb. não, com certeza...

Posso dizer aqui q não nutro especial simpatia por gordos? E se acrescentar q a minha repulsa é capaz de ser apenas o meu medo da pessoa gorda q pode existir em mim? Atenua de alguma forma?... Ou tb. posso vir a ser condenada e despedida por ser politicamente incorrecta e discriminadora comigo mesma?

Afinal, a censura do lápis azul era diferente disto em quê, exactamente? Agora podemos dar livremente as nossas (algumas bem estúpidas) opiniões, mas é melhor não?...
Hã?!

ora bolas

(ilustração: Alex Pelayo)

Quer-me parecer q já não se conseguem pôr vídeos do youtube no blogspot... Mas podem-se pôr no facebook e no twitter e no hi5... Alguém explica este homicídio selectivo?...

09 novembro 2009

pegajoso


(ilustração: Gustavo Aimar)


Às vezes, pensamos q os outros precisam da nossa empatia pq sofrem com qualquer coisa q a nós nos faria sofrer.

Ainda q assim fosse e q estivessem descontentes, não é um dado adquirido q precisem de empatia. Pq a empatia, nestes casos, pode soar a pena e, aí sim, não creio q gostemos q sintam pena de nós. Isso seria assumir q há razões para terem pena de nós, q há efectivamente cá dentro algo de realmente fraco, vergonhoso ou errado.

Eu tenho um pé grande. Sempre tive. Passei o início da adolescência a calçar sapatos de rapaz pq não havia, na cidade onde vivia, o 39 para mulher. Na altura, sentia-me esquisita, diferente. Desejava calçar o 38, q era o q algumas amigas calçavam e o n.º máximo q havia à venda nas sapatarias. Agora continua a ser difícil encontrá-lo pq já há mais "patudas" a dar cabo do parco stock disponível.

À medida q aumentei o meu armário dos sapatos, fui diminuindo a insegurança adolescente. Assim como uma espécie de substituição: atafulhei o vazio da vergonha de ser pé-grande ("assim consegues dormir em pé, ah,ah, ah!") com vários pares de sapatos. Mas, aparentemente, fiquei em paz.

Há uns dias, qdo cometi a insensatez de anunciar o meu pé 40, franziram-me a testa, com ar de pena, acrescentaram um "deixe lá, não se importe". Foi uma forma de me mostrar q, aos seus olhos, um pé 40 é uma razão para embaraço e, por isso, uma desgraça meritória de consolo.

Nesse dia percebi q a empatia q recebi, zelosa, solícita, mas não solicitada, foi uma forma de apontar o dedo a um problema q já não sinto como tal. Meti mão à consciência e percebi q o q recebi é tal e qual o q costumo dar: empatia pegajosa. Resta saber se vou conseguir fazer o desmame deste hábito, afinal, tão antipático.

31 outubro 2009

ainda falta tanto


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30 agosto 2009

interiores


Não, não é sobre decoração este post.

Só queria deixar o apontamento de q não fazia ideia de q órgãos pequenos e discretos q cá temos dentro pudessem fazer tanto estrago qdo se zangam... Um pâncreas, uma narina cronicamente entupida...

Não tenho curiosidade em conhecer as neuras dos outros todos.

Pode ser q a narina tenha solução. Vou ver se o yoga pós-férias
ajuda. Pelo menos, há coisas boas qdo se acabam as férias...

17 fevereiro 2009

já tardava

The Killers - When You Were Young (full video)

Grande ausência, mas com fabuloso som no regresso!